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O adeus de um Santo…

Eu sabia que este dia iria chegar. Mas não quis acreditar.

A cada vez que a palavra aposentadoria era pronunciada, um nó prendia minha garganta e fazia meus olhos encherem de lágrimas.

É egoísmo, eu sei. Ele não aguenta mais, não tem condições, se doou mais do que deveria, fez por amor o que muitos não fizeram nem pelo dinheiro pago.

Apesar da sua carreira ter começado antes, foi em 1999 que escorreu minha primeira lágrima por sua culpa. Foi ajoelhada no chão do quarto dos meus pais, com as mãozinhas unidas como em uma oração que aos 12 anos, sem saber sequer o que era uma falta, eu rezei e torci por um Santo.

Alguns acham exagero essa idolatria. Não sei explicar e muitos que hoje se sentem como eu, também não sabem.

Dizem que um jogador tem duas mortes: quando se aposenta e a morte de fato.

Ele não é próximo, mas me sinto tão perto dele, que hoje o dia para mim se torna de luto.

É a dor de saber que nunca mais verei um penalti defendido por suas mãos santas, a dor de não vê-lo mais correr para a torcida e comemorar, a dor de não me ver dentro de campo.

É a humildade de reconhecer um erro, é a grandeza em elogiar o adversário, é a pureza de falar como o torcedor, é o reconhecimento de saber que sem o Palmeiras, ele nada disso seria.

Nem que eu usasse todo o vocabulário no mundo conseguiria definir o que ele representa pra mim e como dói saber de sua decisão hoje.

Por vários textos que falei dele citei que me confundo em separar Marcos de Palmeiras. Não sei onde um começa e o outro termina. É tudo tão misto e especial que parece que hoje, um pedaço do Palmeiras se aposenta também.

O Palmeiras perde sem São Marcos, o futebol entristece e o torcedor palmeirense se sente abandonado.

Marcos, hoje o Brasil se curva diante de sua santidade. Palmeirenses, corintianos, santistas, colorados, gremistas, flamenguista, vascaínos, tricolores.. todas as torcidas lamentam sua despedida dos gramados. O que você representa para o Brasil, jamais alguém irá representar.

Com seu carisma, humildade e o mais puro e verdadeiro amor a camisa, você conquistou tudo que poderia. Será sempre o nosso Santo, nosso Marcos operador de milagres, o cara sem senso que sai do gol para ir ao ataque, aquele que se quebra todo por um título paulista, aquele que não nos abandonou nem quando passamos a maior vergonha de nossas vidas.

Você será eterno em nossos corações. E um dia terei orgulho em dizer aos meus filhos: “Eu vi São Marcos jogar no Palestra Itália”.

Agradecer seria pouco, mas é só o que posso fazer agora.

Obrigada São Marcos, por escolher o meu Palmeiras para ser sua casa!

E que a camisa 12 seja aposentada e eternizada como o ídolo que a vestiu!

 

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